A Juventude do MPLA e os Desafios Políticos da Nova Angola

Sobre a ideia deste livro

“A ideia de escrever este pequeno livro resultou da necessidade de sumariar o conteúdo de um conjunto de conversas e debates que mantivemos com amigos, pessoas conhecidas, militantes e não militantes do MPLA, ao longo dos últimos dez anos. Estas conversas foram afagadas pelo elã das transformações que se observavam ao nível do debate político e cívico nos meios mediáticos, sobretudo na televisão e, mais tarde, nas redes sociais.
(...)

“Nestas conversas predominou sempre o espírito crítico, relativamente ao passado, presente e futuro do nosso Partido e um inquietante questionamento sobre o papel que nós, jovens filiados ao MPLA, devíamos desempenhar nos diferentes cenários que se podiam vislumbrar na altura. Conversávamos sobre diversos tópicos, desde o
combate contra a corrupção, a moralização da sociedade, a narrativa
da despartidarização das instituições públicas, os desafios da comunicação política, o efeito entorpecente da burocracia institucionalizada, o processo de reforma do Estado, a geoestratégia e a geopolítica do país, as causas da inflação, a vitalidade da produção interna, os males da petro-dependência, a qualidade do sistema de ensino, a aculturação e os sistemas de valores, o surgimento das seitas religiosas, qualidade das infra-estruturas, entre vários. Alguns temas mais fracturantes que outros, porém acabávamos quase sempre no mesmo ponto: o que nós, jovens filiados ao MPLA, podemos fazer a respeito destes fenómenos? Qual seria o nosso posicionamento público?
(...)

“O desafio de continuarmos a ser o Partido governante em Angola
deve ser enfrentado com realismo e pragmatismo, através de nova
narrativa estruturada sobre os fundamentos das sociedades modernas.
(...)

“Este livro é um convite à reflexão sobre os termos nos quais continuaremos a conduzir a nossa luta e edificar o nosso projecto de
nação, ao mesmo tempo que cuidamos dos fundamentos históricos
sobre os quais repousa a gesta heróica do povo angolano, sob a
liderança do MPLA. Cabe a esta geração a responsabilidade de assegurar a manutenção dos laços históricos que unem o nosso Partido
ao povo angolano e à qual a geração dos independentistas está a
legar um país em franca democratização.”

O autor