INTRODUÇÃO
O poder político tem sido, ao longo da história da humanidade, o motivo das principais guerras entre nações (guerras de império) e entre etnias ou grupos de elites do mesmo país. As guerras napoleónicas, as duas grandes Guerras Mundiais e a invasão de vários Estados pelas superpotências mundiais e/ou regionais, com destaque para os Estados Unidos de América e a antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) são alguns exemplos da disputa violenta pelo poder político no mundo actual.
Como disse o filósofo inglês Thomas Hobbes (1992: 34), "o homem por natureza aspira ao poder desde a nascença até à morte (…) e a afabilidade dos homens que já estão no poder é o aumento de poder, porque atrai amor". Ou seja, o egoísmo e o desejo de manter os outros sob a sua influência acompanham os homens e as nações que procuram a todo o custo controlar e alterar o comportamento dos outros homens (no plano interno) ou de outros povos ou Estados (no plano externo). Este processo realiza-se com recurso a um plano estratégico que compreende a projecção cultural, económica, política e militar - desde a forma pacífica (persuasão e diplomacia) até à violenta (dissuasão, boicote e guerra).
Entretanto, os elementos ontológicos constituem a base de qualquer estratégia de um Estado, uma vez que todas as conquistas só serão possíveis se houver uma base de apoio consistente, cujos membros estejam dispostos a sacrificar as suas vidas para uma aspiração supostamente comum. É o que o cientista político norte-americano, Ray Cline (apud Almeida 2012: 336), chama vontade nacional, definida como o grau da resolução que pode ser mobilizado entre os cidadãos nacionais para suportar as decisões governamentais em defesa e da política externa. Cabral Couto (1988) enquadra esses elementos (identidade nacional, patriotismo e coesão nacional) nas forças morais enquanto recursos fundamentais no potencial estratégico de um Estado. Silva Ribeiro (2010) remete os elementos identitários para a tradição histórica (o que se pensa), da qual vai resultar uma filosofia política (o que se quer), pois serão estes dois recursos que vão orientar a escolha, entre a multiplicidade dos objectivos políticos possíveis daqueles que irão ser prosseguidos em permanência pelo Estado, à luz dos fins últimos: os objectivos permanentes...
Author | Alberto Colino Cafussa |
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Publisher | Mayamba |
Edition no. | 1 |
Year of publication | 2018 |
Page numbers | 361 |
Format | Livro capa mole |
Language | Portuguese |
ISBN | 9789897611728 |
Country of Origin | Angola |
Dimension [cm] | 23 x 15,5 x 2 |
About the Author |
Alberto Colino Cafussa
Jornalista e politólogo, nasceu na aldeia de Cassefo, na comuna do Kwale (Kalandula), na província de Malanje, a 15 de Fevereiro de 1972.
Em 1992 concorreu (através de exame de admissão) para uma vaga no Instituto Médio de Economia de Luanda (IMEL), onde viria a concluir o curso de jornalismo, em 1995. Nesse mesmo ano, inicia a actividade docente no Ministério de Educação e lecciona Língua Portuguesa, em diversas escolas do 3.º Nível (7.ª e 8.ª classes), de Luanda, durante oito anos. Mas antes, em 1998, ingressa no jornal "Angolense", onde durante dois anos se notabiliza como repórter de Sociedade, ao lado de Américo Gonçalves, Graça Campos, Pascoal Francisco, Cristóvão de Sousa Neto e Mateus Volódia, só para citar os editores. |