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NOTA PRÉVIA

Volvidos sete anos desde que saiu a primeira edição, a obra continua a suscitar forte e vivo interesse no meio académico e não só. Sentimos uma certa pressão, diga-se positiva, por parte dos estudantes que nos pedem, com alguma insistência, a reedição da obra.

Ficamos, deveras, felizes e realizados ao nos depararmos com o acolhimento que a obra teve no meio académico e com o impacto positivo que teve na mudança e melhoria de mentalidade em muitos dos que entraram em contacto com ela. Afinal, a pessoa humana é capaz de trabalhar para a sua humanização; é capaz de assumir os ideais mais nobres; é capaz de produzir e fomentar a cultura autêntica do amor, solidariedade, justiça, paz e reconciliação, enfim, do desenvolvimento integral.

Por isso, indo ao encontro do desiderato dos nossos leitores, lançamos a segunda edição, com o firme propósito de ser um contributo valioso neste processo de renovação cultural em curso no país.

 

A estrutura é a mesma, fizemos algumas actualizações e correcções oportunas e procuramos mantê-la fiel aos propósitos pelos quais foi concebida, elaborada e publicada.

Agradecemos a reacção polifónica que veio do mundo académico e que nos estimulou a trabalhar para o lançamento da segunda edição; agradecemos, outrossim, as análises críticas feitas que nos ajudaram a abrir novos horizontes para ulteriores estudos a publicar.

A filosofia não deve se furtar de cumprir a sua missão social: ela deve garantir sempre a fecundidade do pensamento para que as realizações de cada pessoa contribuam sempre mais para a sua dignificação autêntica no convívio com os outros, com a natureza e com Deus.

 

Dundo, 3 de Abril de 2010

O AUTOR

 

__________________________

 

PREFÁCIO

Com a assinatura, a 4 de Abril de 2002, em Luanda, do "Memorando Complementar ao Acordo de Paz de Lusaka", caiu o monstro devorador da guerra e Angola virou uma importante página da sua história. Teve início a era da restauração dos vários domínios da vida social, política, económica, cultural e religiosa. Milhões de angolanos viram renascer a esperança de viver com dignidade. Diante de si o desafio da consolidação da paz, da unidade e da reconciliação nacional.

 

É época de mudanças consequente à mudança da época; é época do deixar falar as almas em ordem à reconstrução duma Pátria nova: nova na mentalidade, nova no acolhimento mútuo, nova na partilha, nova na justiça, e nova na convergência de esforços para uma sociedade verdadeiramente fraterna e solidária. Nada se renova sem que seja primeiro renovado o autor, e sujeito da sociedade: o ser humano. Da reconstrução da mulher e do homem no seu todo dependerá o sucesso da reconstrução material e moral da sociedade. Mas que verdade pode ter sobre a pessoa humana, o angolano que está a sair da ''profunda, perigosa e confusa poluição cultural", em que esteve mergulhado durante tantos anos de guerra?

 

"Mostra-me a tua cultura, e dir-te-ei quem és". A ambivalência da cultura, podendo ser instrumento de elevação ou de degradação, marcou a sociedade angolana com uma "cultura da incultura", na expressão do autor do presente estudo, o Revmo Pe. José Manuel lmbamba, na medida em que tal cultura não dignificou o angolano e criou o caos na vida política, social e económica do país.

 

Fica bem arraigada no autor a convicção de que "a transformação verdadeira e profícua da nossa cultura, passa primária e necessariamente pela renovação ad intra dos angolanos e, de modo particular, daqueles e daquelas que, em virtude da preparação acadêmica que possuem e dos cargos que ocupam, são chamados a injectar na sociedade modelos de cultura autêntica".

 

Trata-se de educar aos valores absolutos da verdade, da liberdade, do trabalho, da justiça, da bondade, da unidade, da beleza, do amor, da solidariedade, da vida, do desenvolvimento, da paz. Esta importante tarefa requer a intervenção e conjugação de forças da escola e da figura do professor, das famílias, do Estado, das Igrejas, dos meios de comunicação social e de todos os intelectuais.

Ponto de partida para este projecto cultural é, sem sombra de dúvidas, uma antropologia filosófica autêntica que revele o ser humano na sua unidade psico-física, e projecte uma cultura para o seu ser, um ser que tem como fundamento último o Sacro, Deus. Pretender construir a cidade humana sem referência a Ele, equivale a edificar uma cidade contra o ser humano, pois, não é possível rejeitar ou ignorar Deus, sem diminuir a pessoa humana, a qual tem em Deus o garante da sua liberdade e a fonte da sua felicidade. De facto, filosofando realisticamente na fé, o autor vê na religião o fundamento último da renovação cultural: cultura do valor da pessoa humana, da verdade e das comunicações, da liberdade e da democracia, do trabalho e da corresponsabilidade, do amor e da solidariedade, da paz e do desenvolvimento.

 

O êxito dessa cultura da civilização do amor e do desenvolvimento integral do ser humano e da sociedade, requer o imprescindível concurso harmonioso de todos os agentes e instrumentos culturais, tão bem identificados no presente estudo. O valor da análise sobre a realidade sócio-político-económico e cultural angolana, aqui apresentada, ultrapassa os agentes culturais para interpelar a consciência de cada angolano, para a sua responsabilidade na renovação da nossa cultura.

 

É nosso augúrio que este valioso instrumento de trabalho venha a contribuir para a educação aos valores, o respeito da diversidade, e sobretudo, reforçar a nossa identidade angolana.

 

Lwena, aos 14 de Março de 2003

 

+D. Gabriel Mbilingi, CSSp

Bispo da Diocese de Lwena

 

__________________________

 

ÍNDICE

 

CAPA INTERIOR
FICHA TÉCNICA
Índice
NOTA PRÉVIA
PREFÁCIO

INTRODUÇÃO GERAL
1. RAZÃO DE SER DO ESTUDO
2. ESTRUTURA DO ESTUDO
3. MÉTODO, FONTES E LIMITES
4. O AUTOR INSPIRADOR: VIDA E OBRAS


PRIMEIRA PARTE - A CULTURA NA VIDA HUMANA

Capítulo I - NOÇÃO DE CULTURA
1.    O HOMEM COMO SER CULTURAL
2.    NOÇÃO PEDAGÓGICA E CIENTÍFICA
2.1. NOÇÃO PEDAGÓGICA
2.2. NOÇÃO CIENTÍFICO-SOCIOLÓGICA
3.    CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DA CULTURA
3.1  A CULTURA É UM FENÓMENO HUMANO E SOCIAL
3.2  A CULTURA É UM FENÓMENO DINÁMICO-DIALÓGICO E HISTÓRICO
4.   CONCLUSÃO

 

Capítulo II - FUNDAMENTOS, LIMITES E AMBIVALENCIAS DA CULTURA
2.     FUNDAMENTOS DA CULTURA
1.1.  A LÍNGUA E A CULTURA
1.2.  OS COSTUMES E A CULTURA
1.3.  OS VALORES E A CULTURA
1.4.  A TÉCNICA E A CULTURA
2.    LIMITES E AMBIVALÊNCIAS DA CULTURA
2.1. A FINITUDE E A LIBERDADE DO HOMEM
2.2. LEGITIMIDADE PARA UMA AVALIAÇÃO DAS CULTURAS
3.    CONCLUSÃO


SEGUNDA PARTE - ANÁLISE DA CRISE CULTURAL ANGOLANA

Capítulo III - AS MEMÓRIAS DA HISTÓRIA
1.    OS PRIMEIROS CONTACTOS E A COLONIZAÇÃO
1.1. QUADRO GLOBAL E PARTIDA DAS CARAVELAS
1.2. O TRÁFICO DE ESCRAVOS
1.3. A COLONIZAÇÃO PROPRIAMENTE DITA
2.    A LUTA PELA INDEPENDÊNCIA
2.1. O CONTEXTO INTERNACIONAL
2.2. O DESPONTAR DO NACIONALISMO ANGOLANO
2.3. OS CAMINHOS TORTUOSOS PARA A INDEPENDÊNCIA
3.    CONSOLIDAÇÃO DO TOTALITARISMO E GUERRA GENERALIZADA
4.    VENTOS DE TOLERÂNCIA E ELEIÇÕES MULTIPARTIDÁRIAS
5.    CONCLUSÃO

 

Capítulo IV - IDENTIFICAÇÃO DAS CRISES
1.    CRISE DA CULTURA
2.    CRISE DOS VALORES
2.1. O NIILISMO
2.2. O MATERIALISMO
2.3. O CIENTISMO
3.    CRISE DOS COSTUMES
4.    CRISE DO TRABALHO
5.    CRISE DA LINGUAGEM E DA VERDADE
6.    CRISE DA FAMÍLIA E DA ESCOLA
7.    CRISE DO ESTADO
8.    CRISE DO HOMEM
9.    CONCLUSÃO


SEGUNDA PARTE - ANÁLISE DA CRISE CULTURAL ANGOLANA

Capítulo V - UMA SÃ ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA PARA UMA CULTURA SÃ
1.    CONHECER A DIMENSÃO CORPÓREA DO HOMEM (Homo somaticus)
1.1. FUNÇÃO MUNDANIZANTE
1.2. FUNÇÃO GNOSEOLÓGICA
1.3. FUNÇÃO SEXUAL
1.4. FUNÇÃO ECONÓMICA OU DE POSSE
1.5. FUNÇÃO SIMBÓLICA E ASCÉTICA
1.6. O CORPO NÃO É O HOMEM
2.    CONHECERA DIMENSÃO COGNITIVA DO HOMEM (Homo sapiens)
2.1. CONHECIMENTO SENSITIVO
2.2. CONHECIMENTO IMAGINATIVO
2.3. CONHECIMENTO INTELECTIVO
2.4. O FACTO DA AUTOCONSCIÊNCIA
2.5. O CONHECIMENTO NÃO É O HOMEM
3.    CONHECERA DIMENSÃO VOLITIVADO HOMEM (Homo volens)
3.1. DEFINIÇÃO E ESTRUTURA DO ACTO LIVRE
3.2. LIMITES DA LIBERDADE
3.3. RELAÇÃO ENTRE O INTELECTO E A VONTADE
3.4. A VONTADE NÃO É O HOMEM
4.    CONHECER A DIMENSÃO SOCIAL DO HOMEM (Homo socialis)
4.1. PREMISSA
4.2. O FACTO DA SOCIABILIDADE NA HISTÓRIA DA FILOSOFIA
4.3. O HOMEM: UM SER INDIVIDUAL E SOCIAL
5.    CONHECERA VIDA HUMANA (Homo vivens)
5.1. QUANTO AO CONCEITO DA VIDA
5.2. QUANTO À ORIGEM DA VIDA
5.3. A PECULIARIDADE DA VIDA HUMANA
6.    CONHECER A TRANSCENDÊNCIA DO HOMEM
6.1. A ALMA COMO FORMA SUBSTANCIAL DO CORPO
6.2. A PESSOA HUMANA
6.3. MORTE E IMORTALIDADE
7.    CONCLUSÃO

 

Capítulo VI - RENOVAÇÃO DA CULTURA ANGOLANA
1. CULTURA DO VALOR DA PESSOA HUMANA
2. CULTURA DA VERDADE E DAS COMUNICAÇÕES
3. CULTURA DA LIBERDADE E DA DEMOCRACIA
4. CULTURA DO TRABALHO E DA CORRESPONSABILIDADE
5. CULTURA DO AMOR E DA SOLIDARIEDADE
6. CULTURA DA PAZ E DO DESENVOLVIMENTO
7. A RELIGIÃO COMO FUNDAMENTO ÚLTIMO DA RENOVAÇÃO CULTURAL
8. CONCLUSÃO
CONCLUSÃO GERAL

 

BIBLIOGRAFIA
1.    OBRAS E ARTIGOS DE MONDIN
1.1. OBRAS
1.2. ARTIGOS
2.    OBRAS E MENSAGENS SOBRE ANGOLA
2.1. OBRAS
2.2. MENSAGENS PASTORAIS
2.3. ARTIGOS
3.    OUTRAS OBRAS E ARTIGOS CONSULTADOS
3.1. OBRAS
3.2. EDIÇÕES CRÍTICAS
3.3. ARTIGOS

 

 

 

 

More Information
Author José Manuel Imbamba
Publisher Paulinas
Edition no. 2
Year of publication 2010
Print edition page numbers 270
Format EPUB (DRM - Gestão de Direitos Digitais)
Language Portuguese
ISBN n.a.
Country of Origin Angola
Devices Compatível com Windows (7 e mais recente), macOS (10.12 e mais recente), iOS (iPhone, iPad, iPod Touch), Android, Kindle Fire e Chrome OS.
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