Pedidos só no Cemitério

Jolas Katana foi militar de craveira reconhecida. Mas a vida civil não lhe sorriu largamente como muitos dos seus ex-recrutas que hoje têm assinatura com força executiva em vários sectores de actividade. Desiludiu-se com a burocracia nas instituições, com a crise dos princípios da presunção de inocência e do sigilo profissional e a sua vida amorosa sempre viveu em coma profundo, tornando-o num homem adiado. Deu uma revira volta à sua vida quando, ouvindo o serviço de Agenda Pública da Rádio Zambola, descobriu que os Colunáveis frequentavam funerais e aí aproveitava para entregar papelinhos com pedidos que nunca tinham respostas nas instituições. Teve êxito inesperado em todos os pedidos! Ficou folgado da vida com bens de luxo e casa em condomínio privado mas a solidão o remeteu novamente ao seu bairro pobre com gente alegre e festiva 24/24 horas. Quando morreu, a cidade parou literalmente. No seu funeral, o povo fez uma inovadora catarse colectiva e quando Jolas Katana chegou ao Reino dos Céus, com luz Superior, respondeu a todos os pedidos que levara da terra, tornando o mundo mais humano, solidário e agradável. É uma história com movimento ficcional; uma verdadeira sátira social de tudo e todos, pois, afinal CUCA também significa Conto Unicamente Contigo. Ajuda-me! E resulta! É a sátira dum mundo visto ao contrário por quem tem no etílico um bom companheiro para o questionamento filosófico das contrariedades da vida. É só sátira MESMO que convida o leitor a deleitar-se na escrita com mente aberta e bem humorada, apesar de reflectir seriamente os pedidos que se fazem no cemitério!